25 de outubro de 2010

Entre Vivos e Mortos

Ganhei o livro Entre Vivos e Mortos em mais uma das super promoções do blog da minha grande amiga Alê, olha minha cara de feliz com meu exemplar.



Clara encontra paz cuidando dos mortos e tentando iluminar, co flores de seu próprio jardim, o momento de seu ultimo adeus. Até quando, no entanto, se permitirá viver de forma tão solitária, num cenário tão improvável? Por quanto tempo habitara seu refugio e fugira da realidade que espreita e intimida?

Esse foi o livro mais estranho e diferente que já li. Não entendam isso como um livro ruim, muito pelo contrário, o livro é excelente. Em poucas páginas – afinal só tem 252 – a escritora nos brinda com uma história de dor, medo, desespero, esperanças, o medo de ter esperanças e o poder do amor. O amor que é capaz de curar e modificar.

Clara é uma mulher solitária e perturbada. Seu passado foi tão difícil e doloroso que por mais que ela tente fugir continua presa a ele. Então Clara se afasta das pessoas, ela não permite contato, amizades, carinho. Seus dois únicos momentos de conforto são o trabalho e as flores. Apesar de não acreditar em Deus ou na vida após a morte, Clara tem muito respeito pelos mortos, e cuida de cada um deles com um carinho e uma dedicação sem igual. Cada um deles recebe um pequeno buquê de flores dentro do caixão. Buquê esse escolhido por Clara com muito cuidado, as flores são de sua própria estufa (seu lugar mágico) e como cada flor tem um significado próprio, ela as escolhe de acordo com o caráter e a vida de quem irá recebê-las.

Clara quer continuar vivendo assim. Entre os mortos e as flores. Mas o detetive Mike Sullivan parece determinado a abalar o mundo de Clara.
Mike investiga o assassinato de uma menina que ocorreu há 3 anos. Sem ser identificada, a menina passou a ser chamada de Flor Sem Nome, e foi Clara quem preparou seu corpo para o enterro. Mike quer que Clara relembre esse momento, e tente recordar algo que possa ajudar na busca do assassino. Mas Clara não quer falar sobre isso. Clara se lembra de cada detalhe, tudo está gravado em sua mente, mas Flor Sem Nome sofreu demais. Flor Sem Nome está morta. Nada poderá mudar isso. Caso encerrado.

Tudo irá mudar quando Clara conhecer Trecie. Trecie é uma garotinha que fica brincando na funerária onde Clara trabalha, e quando alguns acontecimentos levarem Clara a perceber que Trecie pode ter o mesmo destino de Flor Sem Nome, é hora de Clara tomar uma decisão: Ficar presa na segurança que a solidão lhe proporciona ou correr o perigo de ligar sua vida a alguém.

A decisão de Clara será responsável pelo destino de muitas pessoas envolvidas nessa trama e mistério.

Uma leitura intensa e inebriante, com momentos que nos fazem perder o fôlego diante do que o ser humano é capaz de fazer e de aguentar.