30 de setembro de 2011

Doença e Cura



Acho que foi uns dez ou onze dias atrás. Eu lembro de ter visto o sangue espalhado pelo chão. Um filete de sangue vivo, quente, pulsante como se estivesse atravessando um coração. Mas estava no chão. No meio do pó e do lixo, em um dos muitos becos que há pela cidade. Uma trilha de sangue efervescente, atraente como a perspectiva de uma possível felicidade eterna, singrando a superfície escura e imunda de paralelepípedos encaixados uns ao lado dos outros.
Sangue vivo, irresistível. Brilhando como um farol vermelho no meio da imundície do beco.Lembro de ter corrido de encontro a ele, a... aquilo... E lembro de tê-lo provado. Lembro até mesmo de ter lambido aquela substância adocicada, deliciosa, alucinante, direto do chão, deitando-me de bruços ao solo, como um reles animal. E, a partir daí, não lembro de mais nada...Em um submundo de sombras e poder, onde os vampiros são reais, surge uma entidade desconhecida, que perambula em uma incansável busca pelo sangue eterno dos mortos-vivos, enlouquecendo-os com pavores semelhantes aos que eles costumam infligir aos seres humanos, e usando os próprios humanos como iscas para atraí-los...

O tema vampiros já está mais do que “batido”, saturado mesmo. Ainda assim Fabian consegue fazer uma nova exploração sobre o tema.
Esses seres sempre retratados como invencíveis, não estão mais no topo da cadeia alimentar. Um predador muito mais poderoso está espalhando o medo entre esses seres.
O final foi surpreendente e a história foi muito bem construída, porém achei a leitura super difícil e cansativa.
Os capítulos eram imensos e com muitos detalhes. Tantos que alguns momentos ficava irritada com a leitura.
Estou acostumada a ler um livro em no máximo três dias, isso quando o livro é muito extenso, entretanto fiquei quase uma semana enrolada na leitura, e confesso que algumas vezes pensei em desistir. Talvez fosse melhor ter diminuido alguns detalhes ou então ter dividido o livro em duas partes.