24 de fevereiro de 2012

Um Mundo Brilhante - T. Greenwood



Quando o professor Ben Bailey sai de casa para pegar o jornal e apreciar a primeira neve do ano, ele encontra um jovem caído e testemunha os últimos instantes de sua vida. Ao conhecer a irmã do rapaz, Bem se convence de que ele foi vitima de um crime de ódio e se propõe a ajudá-la a provar que se tratou de um assassinato.

Sem perceber, Ben inicia uma jornada que o leva a descobrir quem realmente é, e o que deseja da vida. Seu futuro, cuidadosamente traçado, torna-se incerto, pois ele passa a questionar tudo à sua volta, desde o emprego como professor de História até o relacionamento com sua noiva. Quando a conheceu, Bem tinha ficado impressionado com o seu otimismo e sua autoconfiança. Com o tempo, porém, ela apenas reforçava nele a sensação de solidão que o fazia relembrar sua infância problemática.


Essa procura pelas respostas o deixará dividido entre a responsabilidade e a felicidade, entre o futuro há muito planejado e as escolhas que podem libertá-lo da delicada teia de mentiras que ele construiu.


É impossível não perceber a semelhança entre Um Mundo Brilhante e Tudo Pode Mudar, mas a semelhança fica somente por conta do tema abordado, um homem de 30 anos, com uma vida estruturada e que de repente, devido a um fato ao acaso repensa toda sua vida.
Enquanto em Tudo Pode Mudar o autor preferiu a leveza da comédia, mesmo em assunto delicado como as escolhas da vida. Em Um mundo Brilhante a autora preferiu o drama total para falar sobre o mesmo tema.


Shadi é a irmã do jovem assassinado. Uma artesã brilhante que se sente responsável pelo que aconteceu com Ricky. Encontrou em Ben não apenas alguém disposto a ajuda-la a encontrar os responsáveis pelo crime, como também alguém que entendia sua dor. Isso os levou a um envolvimento mais intimo. Entretanto, seria isso paixão, amor, ou apenas uma forma inconsequente de diminuir a dor?


Sara, a garota rica, que sempre tudo o que quis. Sempre feliz e alto-astral.
Apaixonou-se por Ben, e vivem juntos há 6 anos. Estão noivos há muito tempo, e ela percebe que o relacionamento não é como antes. Percebe que Ben está cada dia mais distante. Que após encontrar aquele garoto morto, foi como se um abismo existisse entre eles.
Mas Sara não desiste do relacionamento. Mesmo estando infeliz, e ela está infeliz, ela não desiste de Ben e nem da relação de ambos.
Seria por amor incondicional a Ben ou pelo fato de não estar acostumada a perder?

Ben é um cara de 30 anos, vivendo uma vida que não quer, e não fazendo nada para muda-la.
O amor que sentia por Sara acabou há muito tempo. A paixão que um dia existiu pela profissão se extinguiu como uma fogueira. Ele está apenas marcando passo. Vivendo um dia após o outro.
Ao encontrar o corpo de Ricky e conhecer Shadi, foi como se uma nova chama tivesse surgido dentro dele. A chama por justiça e a chama da paixão.
Mas teria Ben à coragem necessária para alimentar essa chama ou preferiria deixar o comodismo o levar?


Um Mundo Brilhante é um livro que fala de sentimentos, injustiças e mudanças.

Ben me deixou extremamente irritada a maior parte do tempo.
Ele está infeliz há anos, mas não faz nada para mudar isso. Ele permite que outras pessoas decidam tudo em sua vida. É como se assim ele não pudesse ser responsabilizado pelos fracassos.
Não consegui gostar dele. Não gosto de pessoas que não tenham e nem procuram ter o rumo de seus destinos em suas mãos.
Claro que sei que nem sempre as coisas acontecem como planejamos ou queremos, mas é fácil deixar tudo para os outros e depois culpa-los por estar infeliz.

Um Mundo Brilhante é uma leitura intensa, que nos faz repensar muitos pontos de nossas vidas, principalmente se somos felizes, ou se estamos realmente buscando a felicidade ou apenas flertando de longe com ela.